Hoje vamos falar um pouco sobre a origem dos carros alegóricos do Carnaval brasileiro, um dos maiores símbolos desse feriado, principalmente nos desfiles tão aclamados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Quando é época de Carnaval a imagem das escolas de samba com os desfiles cheios de cores, música, adereços, vem automaticamente à mente. É óbvio, todo a festa é bem bela, mas não há nem como dizer que os carros alegóricos não são a parte principal do espetáculo.
Várias “obras de arte” sobre rodas desfilando na avenida, muitos com altura suficiente para se comparar com pequenos prédios, como não achar maravilhoso?
Mas como isso surgiu? Simplesmente alguém teve a ideia e colocou em prática? É quase isso, vem com a gente.
O começo de tudo
Como você deve imaginar, assim como toda grande obra de hoje em dia, a origem dos carros alegóricos não é tão pomposa assim como é na atualidade.
Alguns registros apontam que os primeiros carros alegóricos surgiram nas comemorações de carnaval da segunda metade do século XIX, mais precisamente no ano de 1854.
A “necessidade” do surgimento, no entanto, não é uma das mais “higiênicas” da história brasileira. O Carnaval foi uma tradição trazida da Europa na período colonial, como uma comemoração que precedia o período da Quaresma.
Mas entre os anos 1700, uma prática foi trazida pelos portugueses à nossas terras. O Entrudo, como era chamado, era uma “brincadeira” de rua que por muitas vezes se tornava violenta, era quase como uma “guerra de comida” que nós vemos nos filmes americanos mas substitua o merenda por elementos como, água suja, laranja podre, ovo podre e até mesmo urina.
Esse tipo de atividade se tornou tão popular que acabou virando cultural da época.
Mas isso não quer dizer que todo mundo estava feliz com aquilo, então, a elite da época encontrou uma maneira de “gourmetizar” a comemoração que muitos consideravam bárbara.
Foi assim que surgiram os primeiros carros alegóricos, claro, na época bem diferentes do que são hoje em dia. Eram puxados por tração animal, nem sempre haviam pessoas nas alegorias, mas mais decorações como rosas e símbolos como estátuas.
O que conhecemos hoje em dia
Por mais que possa parecer contraditório e às vezes até surpreende as pessoas que não sabiam, é que o Carnaval é uma prática e uma herança europeia. Os elementos africanos foram acrescentados pouco a pouco na comemoração e hoje são tradição.
É no século XX que o Carnaval deixa de ser apenas uma comemoração “inocente” e passa a se tornar lucrativa e vem daí os primeiros registros dos carros alegóricos que conhecemos hoje em dia.
A Escola de Samba Portela é conhecida por ser uma das primeiras a trazer um projeto de carro alegórico para o carnaval do Rio de Janeiro, que foi criado para ajudar a transportar os adereços carnavalescos.
Mas o que nós conhecemos hoje, verdadeiros monumentos que desfilam na Sapucaí e no Anhembi vem de 1970 através de uma necessidade. Muitas das vezes a montagem e o desfile de uma escola de samba atrasava por conta do peso das fantasias, o carro alegórico veio para dar uma mãozinha.
O Sambódromo do Rio de Janeiro foi criado em 1984 e tudo que tivemos a partir daí é história. De meros ajudantes, hoje os carros alegórico são a principal atração do carnaval brasileiro.
Menções honrosas
É fato que o Brasil é um país multicultural, não dá pra esperar menos da comemoração do Carnaval nas diversas regiões do país.
O carro alegórico é um grande símbolo nacional, mas só lembramos das comemorações maiores, mas é uma cultura muito difundida em vários campos do Brasil.
O Carnaval de Salvador tem seus trios elétricos:
O Festival de Parintins tem suas alegorias dos Bois Caprichoso e Garantido:
Todos fazem parte dos corações de vários brasileiros, assim como o próprio carnaval em si.